quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Brasileiro detido no Egito é um dos palestrantes do Cimad

Dagnaldo Pinheiro conta experiência dos nove dias de prisão

No dia 18 de agosto, o brasileiro Dagnaldo Pinheiro Gomes foi preso no Egito, país no qual residiu por nove anos, exerceu a profissão de guia turístico e atendia grupos de turistas em visita ao país. Em uma revista de rotina efetuada em seu carro pela polícia ao conduzir um grupo às pirâmides, o cartão postal da região, os policiais encontraram duas Bíblias e literatura evangélica; foi o bastante para que os agentes lhe dessem voz de prisão. Eles foram conduzidos à delegacia onde Dagnaldo foi mantido por nove dias, tempo em que no Brasil aconteceu uma verdadeira mobilização fim de resgatá-lo com vida e desfazer o mal entendido junto às autoridades egípcias.

Mas ao contrário do que muitos poderiam rotular como arbitrária a detenção do guia brasileiro, ele mesmo afirma que a prisão obedeceu as normas impostas pela legislação do país. “A minha prisão atendeu os rigores da constituição egípcia, e eu acho interessante abordar esse assunto, porque ao chegar ao Brasil, eu descobri que as informações veiculadas por aqui davam conta de que o Egito é um país muito tranquilo, e aberto para manifestações, inclusive na propagação de outra fé. Infelizmente a informação não procede, pois não existe liberdade de expressão e nem religiosa, como a conhecemos em nosso país”, explica.

Enquanto residiu no Egito, Dagnaldo recepcionou várias caravanas formadas por japoneses, norte-americanos e brasileiros que residem na Europa. Considerando que o turismo é a primeira fonte de renda no Egito, ele já conduziu um grupo de uma agência de turismo formado por 10 mil pessoas. Mas como residiu no Oriente Médio, o brasileiro pôde observar a “forma de vida” dos cidadãos e ela transcorre da seguinte forma: os dois principais grupos religiosos, cristianismo e islamismo, não se envolvem jamais. Os cristãos comparecem às suas reuniões nas igrejas e os muçulmanos frequentam as mesquitas e praticam a sua liturgia; mas o que não é permitido por lei é a divulgação de uma religião concorrente, e este foi o argumento utilizado pelos policiais ao prenderem o brasileiro, ou seja, Dagnaldo não podia compartilhar sua filosofia religiosa com mais ninguém. Após a sua detenção, o brasileiro contabiliza os prejuízos que teve por conta do embaraço causado por sua prisão no Egito; lembra que os grupos formados por turistas que estariam sob sua responsabilidade foram cancelados por conta do ocorrido. Na época ele estava em negociação com um grupo com 600 pessoas.

Quando soube do ocorrido, o pastor Álvaro Alen Sanches, líder da Assembleia de Deus em Uberlândia (MG) da qual Dagnaldo é membro, convocou a igreja para interceder por sua liberdade. A imprensa nacional e internacional foi mobilizada e logo o caso do brasileiro preso por questões religiosas no Oriente Médio foi destaque nos principais veículos de informação. O alarde foi tamanho que logo o brasileiro foi localizado e o processo de sua deportação concluído. Mas ele afirma que jamais vai se esquecer das experiências no antigo país dos faraós.

Dagnaldo é um dos palestrantes do Congresso Internacional de Missões das Assembleias de Deus (Cimad), que ocorre entre os dias 18 e 21 de novembro, no Rio de Janeiro.



Por Eduardo Araújo / Redação CPAD News

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