sexta-feira, 21 de setembro de 2012

UMA REFLEXÃO SOBRE O CRESCIMENTO DOS EVANGÉLICOS E SEUS DESDOBRAMENTOS


Um fenômeno religioso tem despertado interesse dos estudiosos e grande espanto em muitos no país: o crescimento dos evangélicos e seus reflexos. O vertiginoso e acelerado crescimento nas últimas décadas coloca o Brasil como segundo país no mundo em maior número de evangélicos só ficando atrás dos Estados Unidos. 

Esse prodigioso crescimento vem principalmente das igrejas pentecostais que pulou de 9,5% em 1930 para 66% do total de evangélicos em 1980 sendo liderada pela Igreja Evangélica Assembleia de Deus que comporta o maior número de fiéis do país.

O crescimento é tal que se continuar no mesmo ritmo, segundo estatísticas, a igreja evangélica no Brasil alcançará 50% da população no ano 2045. 

Especificamente em nossa cidade de Campinas, pesquisas apontam o crescimento da fé evangélica em aproximadamente 30% da população, naturalmente esse crescimento será notado em todos os setores da sociedade campineira, veremos mais evangélicos no nosso dia a dia, como no trânsito, nos programas de rádio e televisão, sendo notícias nos jornais, nas escolas, nos órgãos de segurança pública, na política, nos esportes, em todos os setores da sociedade civil organizada veremos com mais intensidade. O crescimento de aproximadamente 30% da população evangélica na cidade de Campinas é fato, gostem ou não.
Aparentemente essa nova realidade, assusta alguns grupos sociais, como os militantes gays, as organizações católicas radicais, grupos políticos arraigados no poder, e outros segmentos religiosos sectários, de modo geral a imprensa que sempre apresentou uma caricatura preconceituosa sobre os evangélicos, a indústria do tabaco (cigarro) e da bebida, a indústria do entretenimento imoral, até mesmo alguns grupos evangélicos “anti-políticos”, etc.

Daí a necessidade de nós cristãos evangélicos precisarmos de discernimento e estarmos preparados para os mais variados ataques, denuncismos, acusações, críticas ou elogios, nosso crescimento nos traz bônus e ônus. Caberá a nós termos a capacidade e graça do Senhor para suportamos essa pressão que como uma tempestade cairá sobre nós, afinal estaremos ocupando espaços outrora reservados exclusivamente a outros segmentos.
Muitos evangélicos despreparados, infelizmente menos informados, ideologicamente contrários a questão denominacional, partidários de interesses econômicos, políticos e religiosos diversos e ou obscuros, aproveitarão da opinião da imprensa, de comentários políticos de quem está perdendo seu espaço, ou especificamente de determinadas pessoas que imaginam ser formadoras de opinião, para nos difamar, “se escandalizarem”, sendo “tolos úteis” na construção e reprodução do falso estereótipo e da horrível caricatura que essas mídias fizeram de nós ao longo dos anos em todo país. 
Alías, tem sido recorrente na mídia do país, aproveitar de qualquer situação para nos desmoralizarem, sempre buscando o lado pseudo-negativo dos nossos trabalhos e atividades, se é um culto ao ar livre, então eles explorarão o barulho, se é uma marcha ou concentração evangélica, então eles criticarão a grande confusão no trânsito, se um esportista mostra sua crença em Jesus, dirão que não se deve misturar esporte com religião, se aparece um político crente, está usando a igreja como curral eleitoral, se uma professora aconselha um aluno, está fazendo proselitismo religioso, e assim vai o mundo que jaz no maligno. 

No entanto, quando acontece a marcha gay, a mesma mídia que nos critica, apresenta o evento com destaque nacional e com louvar a diversidade. Quando a igreja católica apresenta uma imagem para devoção de seus fiéis ou uma santa que chora, com pessoas de joelhos no asfalto carregando cruzes enormes em procissão, aí é algo maravilhoso e admirável a fé deles. Quando ocorre um culto a Iemanjá no litoral do país, ai é algo lindo e cheio de paz e assim vai, tudo que é evangélico, se dá destaque negativo. Não sou contra dar destaque positivo a outros eventos e crenças, sou contra a maneira caricata e desonesta da mídia em tudo que venhamos a realizar. Por isso não me escandalizarei e não me escandalizo mais pela opinião dessa gente sobre nós que procede do mundo, que por sua vez, jaz no maligno.

Caberá aos cristãos evangélicos sabiamente examinar as fontes, os interesses existentes por traz de cada “matéria”. A procedência e formação de quem escreve e afirma certas “verdades”. Como cristãos temos que examinar tudo e reter o que é bom. Devemos examinar o conteúdo de cada ataque, acusação ou elogio, termos discernimento de que não existe “neutralidade” por traz da imprensa de modo geral, todos os grupos lutam pelos seus interesses, não há neutralidade em absolutamente nada, e é por isso que não podemos ser simplistas e acreditarmos na boa fé, ou na boa intenção de tudo que nos apresenta como notícia, informação ou comentários a nosso respeito.

Especificamente sobre a questão política, tenho observado que todas as vezes que se aproxima do pleito eleitoral, diversas matérias aparecem na mídia sobre nós, à maioria para nos apequenar, aquietar, censurar e colocar um cabresto em nós. Acusam-nos de usar da igreja, dos irmãos, da fé, de negociar com a comunidade, de fisiologismo eclesiástico, de dominação, autoritarismo e assim vai, interessante é observarmos que esses “paladinos da justiça” só aparecem nos momentos que antecedem a eleição, é incrível como essa gente torna-se generosa, honrada, amável e genuinamente interessada em nós, em nos proteger, em nos esclarecer, pena que essa gente, só aparece no momento pré eleitoral, após o pleito eleitoral, magicamente e efemeramente, como fumaça desaparecem.

O desserviço que essa gente, em especial aqueles que dizem ser cristãos tem prestado para o Reino de Deus, é tão grande, quanto o serviço que pensam estar prestando, essa é a ironia dessa história.
Jamais temeremos ou lutaremos contra as críticas, o debate de idéias é saudável e aconselhável, o contraditório, o pensamento diferente, elementos vitais para a democracia e para o desenvolvimento humano, mas querer polemizar sobre questões pontuais a duas semanas das eleições municipais (21.09.12), é no mínimo desonestidade e leviandade, afinal teremos muito tempo para o debate honesto sobre vários temas, por que a pressa? Qual é o real interesse por detrás dessas “matérias”? A quem interessa esse denuncismo desenfreado neste momento? 

Ninguém se iluda, não existe neutralidade por traz desses fatos, o Senhor Jesus declarou: “Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7.20), o contexto do versículo aponta para os falsos cristãos, falsos líderes e outras falsidades, apontam também que temos que conhecer o fruto de quem se propõe a pregar, ensinar, julgar, atacar ou falar sobre as coisas do Reino ou outrem. 

Conheço meu pastor Paulo Freire, conheço os pastores da minha igreja Assembleia de Deus – Ministério Belém, conheço meus irmãos de fé, vivo com eles, me alimento espiritualmente com eles, oro com eles, prossigo para o alvo com eles, louvo a Deus com eles, participo da Escola Dominical com eles, sofro as angústias e aflições com eles, me alegro em suas vitórias, e jamais aceitarei que meia dúzia de lobos vorazes, alguns infiltrados em nosso meio, como Judas, e outros que não são da fé, que não são da nossa denominação, cheios de rancor e preconceitos, tentam alimentar do denuncismo desleal ao meu pastor, aos meus irmãos, da igreja Assembleia de Deus, de todos verdadeiros irmãos da igreja de Cristo na terra, do qual sou parte e servo. Porque estou convencido, que a efemeridade e as aflições deste tempo, não se comparam com glória que está por vir (Rm 8.18).

Carinhosamente em Cristo, 
Professor Alberto
 
Foto: Professor Alberto é o representante do PROJETO CIDADANIA AD CAMPINAS, projeto comunitário formado por grupos de pessoas que pensam politicamente de uma mesma forma, inspiradas pelo sua compreensão da fé cristã, objetivando o bem de toda sociedade.
Alberto Alves Fonseca é formado em História com Licenciatura plena pela Universidade de São Paulo (USP) , formado em Teologia pela Faculdade Evangélica Teológica Lógos (Faetel), e em Direito pelo Centro Universitário Padre Anchieta, pastor da Assembléia de Deus em Campinas e  vereador eleito na cidade. 

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